Como saber se devemos interpretar o que o outro disse como uma discussão ou como um argumento? Como reformular o que outros dizem para entender de maneira a manter um diálogo. Essa é uma habilidade criativa muito importante para o debate cotidiano que estabelecemos sem perceber com as pessoas.
Quantas vezes pensamos, essa pessoa está dizendo isso dessa maneira porque está nervosa ou não soube se comunicar, mas sei que o que ela quer dizer é tal coisa.
Walter e Richard nos dizem “O autor das perguntas da imagem está tentando nos persuadir; mas não está tentando persuadir-nos da verdade de uma afirmação. Logo, não há argumento algum.
Talvez pudéssemos interpretar o que se está dizendo do seguinte modo: há uma conclusão que não foi expressa (“Você deveria se sentir culpado por não me telefonar.”) e duas premissas, disfarçadas de perguntas (“Quando alguém não telefona a uma pessoa é porque não gosta dela” e “Se não gostamos de uma pessoa, é porque ela nos prejudicou”).
Mas esta interpretação é que seria um argumento e não o original. E teríamos de ter em conta a questão de saber se a interpretação é fiel relativamente ao que o autor das perguntas tinha em mente.”
(Spoiler) Futuramente explicarei melhor sobre um princípio do debate que propõe justamente que façamos essa escolha, a de tentar entender da melhor forma possível, da maneira mais sensata, o que nosso interlocutor está dizendo.